
No Silêncio do Coração e da Alma - I
Certa ocasião, um seguidor perguntou ao Gandhi:
- No que pensas quando meditas ao som do Raga?
- Em nada.
- Mas, se em nada pensas, o que é que fica?
- Deus! - Concluiu solene o Mahatma.
- No que pensas quando meditas ao som do Raga?
- Em nada.
- Mas, se em nada pensas, o que é que fica?
- Deus! - Concluiu solene o Mahatma.
E no silêncio deste dia que amanheceu nublado e belo, coração e alma elevados em oração, peço paz, sabedoria e força para olhar o mundo com os olhos cheios de Amor. O olhar de Jesus, que nos ensina em Seu Evangelho, segundo Mateus, 7:1 e 2; segundo Lucas, 6:37; segundo João, 7:24: "Não julgueis, para que não sejais julgados. Não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça".
Pode parecer um contrassenso... primeiro, o Divino Amigo nos diz para não julgar e então nos diz que julguemos? Ou seria uma interpretação individual dos três evangelistas?... muitas dúvidas geram muito ruído... muito ruído confunde o discernimento.
Mas no Silêncio, a inteligência do coração se manifesta esclarecedora.
Em verdade, na unificação destas passagens de três registros do Evangelho de Jesus, encontramos uma lição de Amor, Verdade e Justiça Divinos apresentando as Leis da Ação e Reação, da Graça e do Perdão, e a Lei do Uso.
Porque nos ensina que, assim como fizermos ao próximo e ao semelhante, tal sucederá conosco; portanto se julgarmos, não o façamos pela aparência, mas pela RETA JUSTIÇA - e a Justiça Divina nada tem com a vingança humana, pois aquela é revestida do Amor e Verdade regidas por Leis Universais.
E como enxergar com uma visão verdadeiramente ampla senão pela Luz do Amor?
Uma vez escreveu alguém muito querido e Amado: "A escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode fazer isso. Deixe ir. Deixe Deus...".
Há bastante verdade nessas palavras simples e em sintonia com as palavras do Cristo e a conclusão do Mahatma Gandhi. É justamente na simplicidade do coração e alma que encontramos o caminho do Silêncio, porque o que é para ser sentido não deve ser racionalizado, senão pela inteligência do coração que estabelece e mantém a sintonia elevada com Deus ao eliminar as dúvidas... muitas dúvidas são muito ruído... muito ruído perturba o Silêncio e desfaz a sintonia pois confunde o discernimento...
Encerra o inverno. A estação do frio. Quem dera chegasse também ao fim a frieza nos corações e almas empedernidos que semearam nas estações anteriores a discórdia, a injúria, o preconceito, a indiferença. Esses filhos do ódio cujas trevas da iniquidade fazem esfriar o Amor nos corações, forçando as portas desse Lugar Santo para nele estabelecer a abominação da desolação da qual falou o profeta Daniel.
Em breve inicia a estação das flores, da colheita.
Mas o Amor é Luz e "a Luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela"*, "porque o amor cobrirá a multidão de pecados".**
"- Mas, se em nada pensas, o que é que fica? (Deixe ir.)
- Deus!... (Deixe Deus!...)"
- Deus!... (Deixe Deus!...)"
Desarmemos nossos corações e os elevemos!
SURSUM CORDA!
SURSUM CORDA!!
SURSUM CORDA!!!
SURSUM CORDA!!
SURSUM CORDA!!!
José Eduardo de Paiva
Maestro Peregrino
Maestro Peregrino
* Evangelho de Jesus,segundo João,1:5.
** Primeira Epístola de Pedro, 4:8.
1ª - Todo o Livro do Apocalipse foi dedicado às Sete Igrejas, mas o Livro não era mais aplicável a elas do que a outros cristãos da Ásia Menor, por exemplo: os que habitavam no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na Abssínia, mencionados por São Pedro na sua primeira Epístola, ou os cristãos de Colossos, de Trôades, de Mileto, justamente no meio das igrejas citadas;** Primeira Epístola de Pedro, 4:8.
2ª - Apenas uma pequena parte do Livro podia ter relação pessoal com as Sete Igrejas ou com quaisquer cristãos do tempo de João, o Evangelista, porque os acontecimentos, que apresenta, sucederiam muito depois da geração que então vivia e até depois dessas Igrejas deixarem de existir, por isso não podiam ter relação pessoal só com elas, exclusivamente;
3ª - Declara-se que as sete estrelas que o Filho do Homem (isto é, o CRISTO),tinha na sua mão direita (versículo 20) eram os anjos das Sete Igrejas. Os Anjos das Igrejas, sem dúvida que todos concordam nisto, são os ministros das Igrejas, são os missionário, os emissários, os estafetas do CRISTO DE DEUS. Ora, o estarem na mão direita do Filho de DEUS, significa o poder mantenedor, a guia, a proteção a eles concedida. Mas havia apenas sete na sua mão direita? E o grande Mestre das Igrejas cuida apenas assim, dessas sete? Evidentemente, não. Seria desumanidade, seria discriminação, coisa que não se encontra no Espírito perfeito d'Aquele que é o Chefe Planetário. Não poderão, antes, todos os verdadeiros ministros, todos os verdadeiros emissários, de todos os tempos do Evangelho, extrair desta imagem a consolação de saber que são mantidos, guiados pela mão direita do GRANDE CHEFE DA IGREJA? E não é uma Igreja exclusiva, particular: é toda a Cristandade, é toda a Humanidade, é a reunião de todos aqueles que aceitaram o CRISTO e o seu NOVO MANDAMENTO. Portanto, este CRISTO DE DEUS, este Chefe Planetário, não pode amar apenas as Sete Igrejas e desprezar as demais. Este sete é um número sagrado e representa toda a Igreja Cristã. É a única explicação que satisfaz aos espíritos integrados no Evangelho em Espírito e Verdade à luz do NOVO MANDAMENTO;
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